domingo, 1 de abril de 2012

Diário de Bordo - Peru (18 a 28/03/12)

Estou postando um diário loooongo da minha viagem em fevereiro de 2012 ao Peru nas cidades de Lima, Paracas, Nazca, Arequipa, Puno, Cusco e Machu Picchu.

18/02 – SP-Lima
Lima é conhecida como a cidade dos reis. A cidade não chove e as casas não precisam de reboco ou teto. Uma laje é mais que suficiente. Assim como SP, muitas pessoas vem de outras regiões para tentar algo em Lima, na maior cidade do Peru, com mais de 9 milhões de habitantes. Lima tem cheiro de combustível. Os carros são muito velhos e a gasolina é cara, então a população abastece com álcool e na rua esse cheiro é proeminente. No caminho, muita terra seca e as áreas verdes existentes são regadas para plantio ou jardinagem.

Deixei minha mala no Allpa Hotel no bairro de Miraflores e fui almoçar. Pedi meu primeiro prato típico do Peru – Ceviche. É um peixe marinado e apimentado com um pedaço de milho branco grande (Maiz) e batata laranja adocicada. Super leve e delicioso, foi um dos meus pratos prediletos no Peru. Depois caminhei em direção ao Oceano Pacífico com o mapa do hotel e cheguei em cima do Shopping Larcomar (shopping aberto embaixo da cidade) com vista para o Oceano, que ficava lááááá embaixo. Cheguei no horário do pôr do sol e meu desejo era correr para a praia mas não sabia nem como chegar lá naquele momento. Como tudo era novidade, fiquei lá mesmo, caminhando por cima da cidade que não era bem beira mar, mas beira de um precipício.
Passei por alguns pontos turísticos como El Parque del Amor, Parque del Nino o Jardim das Crianças e depois caminhei em direção ao hotel, com parada no Supermercado. Comprei 3 frutas que nunca tinha experimentado: Tuna Roja - flor de um cactos e rosa por dentro, Pepino Melon - pepino doce com gosto de melão e Huckleberry – parecia com blueberry mas era impossível de comer pois servia apenas para marmelada. Era crocante como jabuticaba, pequena, mas amarga e um pouco salgada, lembrando o gosto de tempero. Dormi cedo pois estava com diferença de 3 horas do Brasil.

19/02 – Lima
Passeio com o city tour pela cidade, visita a Huaca Huallamarca, templo pré-inca situado em um bairro moderno San Isidro, Plaza Mayor com o Palácio Presidencial, Catedral onde estão os restos do Conquistador Espanhol Francisco Pizarro e uma caminhada pelo Convento de São Francisco e suas catacumbas. Neste convento não pode tirar foto e tem muuuuuito osso - estima-se 25 mil corpos de espanhóis enterrados lá.
Ao final, fiquei no Mercado Inca e comprei colares feitos com casca de laranja e outras coisitas mais. Depois, peguei um ônibus bem podre local em direção a Barranco. Passei pela Ponte do Suspiro e contam que precisa passar pela ponte sem respirar e fazer um desejo ;). Barranco é um bairro jovem, com hostels, pubs. Tinha uma descida a pé que dava em direção ao mar!!! Enfim, era o momento de me encontrar com a praia de pedras! Só não corri pois a quantidade de gente era enorme neste caminho, mas vontade e infância não faltaram! Quando me aproximei da praia, ouço um barulho maravilhoso das ondas batendo nas pedras de diversos tamanhos produzindo uma frequência incrível tanto aguda como grave, de acordo com o tamanho das pedras. Muito difícil de caminhar em cima delas, inclusive com sapato. Enquanto minha atenção estava para o barulho, uma onda me pegou. Me molhei acima da cintura e minha papete arrebentou! Ah, também me torrei primariamente pois não estava programada para ir para a praia, então tive que voltar para o hotel trocar de roupa, sapato, para então almoçar com a Catharina, amiga da Nádia e seus amigos Vanessa, Ângelo, Reinaldo e esposa, Lucas e Isaque. Fomos ao Centro cerimonial descoberto apenas em 1981, Huaca Pucllana e pedimos patas de lagostin e suco típico de Chicha Morada, um milho roxo com limão. Uma delícia!
Depois fomos ao Shopping Jockey e a noite para o Circuito Mágico del Agua, com 13 fontes, cada uma com um nome e performance diferente. A maior e com mais expectadores era a de n. 2 (Fonte da Fantasia). Até imagem a laser projetada de danças típicas regionais tinha. Havia fonte para crianças se molharem, adultos, arco de água impossível de sair ileso sem uma gotinha (Fonte das Surpresas), enfim, água para tudo quanto é lado. A vista era tão linda que sorri a ponto de doer o músculo da face!

20/02 – Lima – Paracas – Linha de Nazca
Neste dia fiz uma loucura de fazer bate e volta de Lima para a Linha de Nazca com parada em Paracas. Acordei 2h45 da manhã para pegar ônibus às 3h45 em direção a Paracas, mas o sacrifício valeu a pena! Na primeira parada em Paracas, fiz o passeio de barco pelas Ilhas Ballestas, Reserva Marinha de Paracas onde navegamos até a Ilhas Ballestas. Nunca vi tanto pássaro em quantidade e diversidade como lá. As cores predominantes são marrom e azul. Em vários lugares chegam a fazer cavernas, formadas pelas ondas do mar, moradia e berçário para os animais marinhos. Leões Marinhos e focas faziam um barulhão danado com nossa presença, e o berçário, nem se fala! Fomos privilegiados ao chegar no período em que as mães estavam cuidando dos filhotes e os pais fazendo a guarda e demarcando o território. Cheiro fortíssimo de zoológico, para não dizer outra coisa. Pássaros de todos os tamanhos, como pelicanos, pinguins, etc. Todos dividindo o mesmo espaço em plena harmonia. Passamos pelo candelabro, desenho sem explicação de 70 metros de altura feito em baixo relevo na colina que fica na entrada da baía.
Sua origem e data ainda são um mistério. E quando chegamos na praia novamente, um nativo com um pelicano domesticado que fazia pose para os turistas em troca de peixe e propina. Depois, ônibus para Nazca cruzando o deserto de Atacama. Conheci 2 holandeses na viagem, sendo a Elisabeth e seu esposo. O ônibus demorou muito de Paracas para Nazca mais do que o normal e atrasou 1 hora. Não tive tempo de almoçar e tive que correr para pegar o avião que sobrevoava a Linha de Nazca. No avião cabiam 4 pessoas + piloto e co-piloto e era bem pequeno, fazia muito barulho e balançava pra caramba. Passei muito, mas muito mal e quase vomitei o que nem tinha na barriga. Suava frio e os 30 minutos de sobrevôo pelas figuras viraram uma eternidade! Tirei bem poucas fotos por conta disso. Ok, mas vamos ao que interessa. As imagens no deserto é algo inexplicável e existem 2 teorias. Uma que as imagens foram criadas por marcianos e a outra é que uma cultura antiga Inca criou. São misteriosos desenhos e imensas linhas feitas sobre o deserto por este povo milenar amante da astronomia. Figuras enormes de mais de 1.800 anos com muitas formas geométricas e que não foram apagadas pela poeira do deserto. No deserto há resquícios de que um dia, muito antes destas figuras, foi tomado por uma enchente pois há marcas de água por todo o horizonte. Ao final, corri para o ônibus em direção a Lima novamente. Os ônibus de linha são bastante confortáveis, com filmes, alimentação, serviço de avião rs. Cheguei 23 horas da noite!

21/02 – Lima
Este foi um dia muito especial que preparei para ir a praia. Cheguei cedo, tinha pouca gente na praia e escolhi um trecho com bastante pedra pra ficar ouvindo novamente o som. Estava de Crocs para não me machucar e fiquei a beira da praia. Cada minuto e 1 passinho para a frente. A primeira onda molhou meu pé até que acabou comigo inteira dentro do mar. Veio uma onda forte que me puxou para o mar e não consegui me fixar no chão, nas pedras. Minhas 2 crocs saíram do pé e ficava literalmente mergulhando para não tocar no chão de pedras, até ter a coragem de sair pra fora da água e pisar com os meus pés descalços na pedra que me machucava. Bem... uma Crocs consegui resgatar. A outra, fiquei assistindo ela surfando nas ondas. Uma onda levava ela pra beira e outra onda para dentro do mar e assim por diante. Depois de algum tempo, um salva-vidas passou por ali e pedi pra ele salvar a minha outra Crocs pois estava impossível caminhar. E como se não fosse nada, entrou no mar e pegou meu sapato com facilidade. Ele me explicou que havia nascido lá e desde cedo estava acostumado com este mar. Seu nome é Francisco e foi muito gentil. Indicou um lugar mais apropriado para me banhar. Depois de curtir a praia, almocei outro prato típico La Papa a Huancaina que é um molho com queijo, mas não achei aquilo tudo. Preferi o Ceviche! A Tarde fui para o Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e Historia do Peru.
A noite, um passeio noturno pelo centro e jantei Anticucho de Corazon, que nada mais é que um espetinho de coração de vaca. Experimentei o Pisco Sauer, bebida com Pisco (cachaça local), limão e clara de ovo.

22/02 – Lima - Arequipa
De manhã fiz um passeio turístico para Pachacamac. No caminho, uma parada em Barranco novamente com continuidade para uma vista maravilhosa sendo de um lado o oceano pacífico e do outro uma vegetação semi-árida.
Em Pachacamac, andamos de ônibus pelo sitio arqueológico pois é enorme! Na volta, almoço no Restaurante do Gastão, Panchita, onde pedi um Anticucho de Polvo. Maravilhoso!!! Antes de partir para Arequipa, parada para compras na loja de Rede Saga Falabella, tipo Zara com precinhos incríveis.
Viajei para Arequipa a noite e estava triste que não teria muito para conhecer a cidade, mas com jeitinho a gente dá um jeito. Recebi tantas indicações de pratos para comer em Arequipa que terão que ficar para outra vez. Consegui encontrar um restaurante do Gastão, Chicha, que ainda estava aberto às 23h da noite. Pedi Rocotó ao Relheno, comida típica também, que é uma pimenta/pimentão recheada com carne, vegetais e ovo. Como quase sempre, uma delicia! Queria experimentar os camarões enormes mas não era época de pesca. Retorno para o Hotel Meliana.

23/02 – Arequipa
A cidade tem 3 vulcões que podem ser visto em vários pontos: Misti, Chachani e Pichu Pichu. As casas são feitas com uma pedra vulcânica branca chamada Silar, símbolo da cidade que antes era barata mas agora virou pedra decorativa, ou seja, apenas uma lâmina. Tanto as construções antigas como novas possuem esta pedra. Como sou invocada, madruguei às 5h30 para reconhecimento da cidade, antes de partir às 7h30 para Puno. A vista do ônibus era maravilhosa e dava para ver a cordilheira dos Andes. A viagem foi longa, de 6 horas, mas o ônibus tinha estrutura. Alimentação, filmes, pouquíssimas paradas e rápidas. Na chegada a Puno, logo me deparei com a temperatura fria, dificuldade em respirar e tontura, pois a cidade fica 3900 metros acima do mar. A cidade põe limite ao meu corpo e dormi muito mal as duas noites. Fui para o Hotel Eco Inn e a vista dava para o lago de Titicaca, inclusive do meu quarto! Almocei uma truta gostosa e esta história é interessante. No lago, existiam apenas peixes pequenos, mas a pouco tempo trouxeram a truta que atualmente come os peixes menores locais. Problema de desequilíbrio ecológico para se resolver. Visitei o Museu Carlo Dreyer, tomei café ao lado para esquentar a alma pois o corpo não estava adiantando.

24/02 – Puno
Acordei e caminhei ao redor do hotel, perto do lago. O hotel é coberto de flores e facilmente poderia participar do concurso de jardins em Blumenau. É uma mistura de suculentas, cactos, rosas colombianas enormes, árvores com formato de bichos... e ao redor do hotel, um gato extremamente carente. Depois fui fazer o passeio do Lago Sagrado dos Incas - Titicaca, lago mais alto navegável. Ele é enorme e possui 165km de longitude e 60km de latitude. Metade do lago é Boliviano e outra Peruano. Não se pode cruzar o lago para o lado da Bolívia. Fiz um trajeto curto até a ilha de Uros e na próxima vez que voltar, gostaria de ir para a Ilha Taquile. São ilhas flutuantes artificiais, criadas por um povo considerado um dos mais antigos da América. São construídas com planta aquática Totora e móveis! Ela pode ser dividida com um serrote e é fixada com 3 cordas no lago, com âncoras. São mais de 60 ilhas. Como a ilha é toda de palha, para cozinhar eles preparam o fogo em cima de uma pedra. Muito cuidado é pouco! Eles vivem de artesanato, pesca e turismo. Na ilha que visitem moram 25 pessoas, sendo 5 famílias. Comprei um barco miniatura feita de Totora e ouvia a seguinte frase sendo repetida diversas vezes: “compra Sarita, outra família”. E com a cara do gato do Shrek! Não resisti e acabei levando 2 barquinhos, um de cada família! Elas falam uma língua local e quase não se comunicam em espanhol. Mas as frases de persuasão estavam na ponta da língua. Depois passeamos pelo barco de Totora em direção a outra ilha. Fiquei impressionada com a cultura e forma de viver deles.
No retorno a cidade, fui em busca do prato típico local Cancacho – cordeiro ao forno macerado de alho e azeite. A população local me indicou um restaurante que vendia este prato e quando cheguei, era um lugar muito pequeno, sem água corrente no banheiro, apenas uma caneca e um balde de água! Medo... Bem, quem tá na chuva tá pra se molhar, fiquei no restaurante. A carne ficava embrulhada em um pano para manter o calor e lá só tinha essa opção de comida. Um pedaço de carne com 3 batatas assadas. E se comia com as mãos. Estava espetacular!!! Quando terminei de comer, fiz uma loucura. Tinha 1 hora exatamente antes do segundo passeio e resolvi subir o mirante. Quase morri! São 700 metros de altura e cada degrau que subia ficava mais difícil de respirar e achei que desceria rolando escada abaixo! Depois de várias paradas curtas, consegui chegar no topo e tinha uma vista maravilhosa do lago e da cidade e uma senhora chamada Luci que morava embaixo de uns plásticos e vendia água e chocolate. Depois de me recompor, desci para a ida ao Sillustani, localizada às margens da Laguna de Umayo. No caminho, começou a chover e foi a primeira vez que peguei chuva no Peru. Toda a visita foi embaixo de guarda-chuva. Lá, é um complexo arqueológico formado por altas torres-tumba onde foram enterrados reis e imperadores Incas e Kollas. Vimos câmeras funerárias de 12 metros onde eram colocadas as principais autoridades e eram construídas com o diâmetro da base menor que o da parte superior. Sempre que morria algum nobre, algumas pessoas eram sacrificadas, como serventes, mulheres e crianças. Todos eram mumificados. Tiravam-se as tripas e dentro colocavam cal e várias plantas, sendo uma delas a Munã, com gosto parecido com o de hortelã. Esta planta era usada inclusive para conservar alimentos pois matava insetos. As pedras tinham um buraco côncavo para encaixar uma a outra, além de se tornar um pouco mais leves.
Na volta, tomei uma sopa de quinua com queijo bem quentinha e um vinho. Neste dia estava acontecendo o Carnaval na cidade e tinha desfiles além de muita espuma para todos os lados onde ninguém saía ileso.

25/02 – Puno-Cusco
De manhã a Yanet veio me buscar para ir em direção a Cusco. Os guias eram o Ilfredo e Jaquelin. É um passeio de 9 horas com 5 paradas atravessando a região chamada de Altiplano (acima de 3.500 metros), seguindo entre vulcões, planaltos, pequenas vilas andinas, etc. Super indico! Passamos por Juliaca, uma cidade conhecida pelos comércios legais e ilegais. A primeira parada foi em Pukara, uma cultura da época de 200 ac a 500 dp ou seja, pré-inca. A cidade possuem Torritos em cima de suas casas que nada mais é do que uma estátua com 2 porcos usadas para proteger as casas. No caminho, La Raya, ponto mais alto da viagem ao Peru – a335 metros acima do nível do Mar. É o limite entre Puno e Cusco com a Cordilheira dos Andes (Bolívia) do lado direito e a Cordilheira Ocidental (Chile) do lado esquerdo. As 2 de vegetações totalmente diferentes. Neste encontro das 2 cordilheiras, a divisa de Puno/Cusco (2 parada). Entre cordilheiras nevadas nasce um dos principais afluentes do rio Amazonas. Lá, estavam presentes andinos vendendo produtos, além de Lhamas e Alpacas. A diferença é que a Lhama tem orelha para trás e Alpaca para frente. A Lhama tem pescoço fino, pernas compridas, lábio superior dividido em 2 partes. A alpaca possui um pêlo mais longo e macio. Logo mais uma parada para o almoço (3 parada). Neste restaurante tinha umas Lhamas e tentei me aproximar delas. Recebi uma guspida bem dada!!! hahaha. Depois parada em um templo ao Deus dos Deuses, Wiracocha Raqchi, onde se vê restos de colunas maciças que sustentavam o telhado do templo e uma caminhada na trilha inca (4 parada), no antiplano. A última parada (5) foi na igreja que é considerada a Capela Sixtina da América do Sul, chamada de Igreja de São Pedro e Sao Paulo ou Andahuaylillas inicialmente local dos Incas. Igreja colonial de quase 400 anos repletas de pinturas, afrescos e ricamente ornamentada com ouro e prata. Os jesuítas construíram em cima de um templo andino. Tem sincretismo entre católicos e andinos. Logo na igreja, O Deus Sol e o Jesus Moreno, cruz andina e cruz católica. Depois os dominicanos colocaram outras pinturas de São Paulo e Pedro. Uma confusão danada! Na reforma da igreja encontraram esta pintura por trás da principal A noite chegada a Cusco. Fiquei no Hotel San Agustin Internacional e dei uma volta de reconhecimento, antes de jantar em um restaurante maravilhoso 7Deva. Pedi um Cuy, que é um porquinho da Índia com direito a sobremesa (Raspadilha de Yacón – tubérculo, Pye de Sachatomate, Capuli con Chantilly), chá, Pisco Souer, etc. Invadi a cozinha, tirei foto com a cozinheira e tal.

26/02 - Cusco
Cusco = umbigo, centro. É a capital inca situada a 3.300metros de altura. A cidade foi construída em forma de um Puma, sendo a cabeça Saksayhuaman, a praça de armas (templo de adoração) o coração e os órgãos genitais o Templo ao deus Sol, representando a vitalidade. Eles são um povo andino pois vem dos Andes, das Cordilheiras. Não são índios! 3 figuras fazem parte da cultura andina: o condor, o puma e a serpente. O condor é a representação do futuro, espiritualidade. É o pássaro que voa mais alto. Símbolos como o sol, lua, raio, chuva. O puma representa do presente, a força. Conecta a pessoa com a terra. Símbolos como Rio, Sapo, Pacha Mama. (mãe terra). A serpente representa o passado, sabedoria. Como a pessoa lida com os antepassados. Cruz andina: é algo que vem da cultura pré-inca. Não é amuleto mas uma figura para lembrar sobre os 3 mundos e sua relação com eles: Céu = Amor. Terra = Trabalho. Abaixo = Sabedoria.

Os incas e guiavam pelas estrelas e dependendo do desenho delas, era uma estação do ano. Quando dava para ver o sapo, era época de chuva, por exemplo.
Construíam templos com ventanas que davam sombras. Dependendo da sombra, era o mês de colheita ou de plantio. Os incas construíam com perfeição suas edificações protegendo de abalos císmicos e pedra simétricas inclinadas com a base maior para baixo e com encaixe. Também existia uma liga entre elas para fixarem-se. Para ser considerado uma construção inca, 3 “S” são necessários: sólido, sem adorno e simétrico. Os incas não roubavam pois não existia o pertencimento. Tudo era de todos e por onde estavam, haviam deuses os vendo.

De manhã, saída para o Parque Arqueológico Sacsayhuaman, onde a família real adorava o deus sol. A construção levou cerca de 60 anos e exigiu trabalho de mais de 20 mil homens. É formada por três muros sucessivos de pedras enormes (a maior de 9 metros de altura e 5 metros de largura pesando 360 toneladas). Depois, visita ao centro cerimonial inca de Kenko, templo do deus Puma e a Torre de Puca Pukará que guardava a entrada para a capital imperial. Foi uma espécie de torre militar e um tipo de casa de trânsito temporário. Visita as fontes de água Tambomachay onde o Inca cultuava a divindade da água. Foram construídos 3 canais de água e durante todo o ano tem o mesmo fluxo.

A tarde, City Tour pela cidade com o melhor guia da viagem – Washington Campana. Explicou muito da cultura. Visitamos Q`Orikancha que é a estrutura mais importante de todo o império e atualmente é o Convento de Santo Domingo, ou seja, o templo foi parcialmente destruído pelos espanhóis. Atribui-se sua construção ao Inca Pachacutec. Neste lugar estavam os templos mais importantes como o Templo do Sol, da Lua, das Estrelas, do Raio, do Arco Íris, etc. Na adoração ao deus Sol, várias proeminências que formavam figuras de acordo com o sol. Conforme o desenho (raios ou linhas paralelas) era uma época diferente. Descida a pé ao longo da estrada Inca Rumiyoc Hatun. E a famosa pedra de doze ângulos. E término na Catedral construída em 1560 que fica na Plaza de Armas ou Huacaypata. Na Catedral estão presentes pinturas coloniais de valor inestimável. Visitamos a igreja e lá estava o famoso Cristo Negro. A diferença do Cristo Andino para o Católico é que este possui as pernas mais abertas, uma manta andina até o joelho, o olhar para o chão. Era negro por causa das velas. Tem um quadro “A última ceia” sendo que o prato central era um porquinho-da-india. Para a construção da Catedral foram usadas pedras extraídas dos muros da Fortaleza de Saqsayhuaman. A noite, jantamos com o pessoal do passeio no restaurante Maravilhoso El Meson de Don Tomás. Super indico! Na mesa, estava a Maria das Graças e Raphael de Brasilia, Hiram e Vanessa Palou de Porto Rico e Octavio Jacobo do México. Nos divertimos muito!

27/02 – Machu Picchu
Acordei cedo para pegar ônibus e depois trem para Machu Picchu. O caminho do trem passa pelo Vale Sagrado com plantações, altas montanhas, picos elevados e o Rio Urubamba com as suas corredeiras, formando um grande canyum. No passeio, tivemos alguns imprevistos como deslizamentos na trilha do trem, uma pedra que caiu no caminho de Águas Calientes para Machu Picchu onde tivemos que descer do ônibus e percorrer uma trilha ferrada ao lado de um precipício Segurava os ramos para dar a sensação de segurança. Cheguei em Machu Picchu toda suja de lama das escorregadas. Machu Picchu quer dizer Montanha Bela é o nome de uma montanha. Deram este nome para o povoado inca que construiu a cidade próximo a ela. A cidade ficou perdida durante mais de 400 anos e foi encontrada em 1912 enquanto buscavam um outro povoado que se refugiou com a chegada dos espanhóis. A cidade estava intacta pois a natureza tinha coberto. Demorou 4 anos para limparem e cortarem as árvores ao redor. Tem mostras de que a cidade estava inacabada e ainda sendo construídos palácios, túmulos, caminhos de água. Tem algumas coisas bem interessantes como um espelho d`agua, o condor, o relógio solar, o sistema agrícola e toda a construção criada para suportar abalos sísmicos e ataques externos (a cidade tinha apenas 1 entrada). Há sinais de comidas trazidas de Cusco pois algumas sementes encontradas no local seriam impossíveis de serem plantadas pela altitude da montanha. Na volta, almoçamos em Aguas Calientes no Toto`s House, ao lado do Rio Urubamba.

O melhor período para visitar a cidade é entre maio a setembro, que é o inverno deles e não chove. No período que fui fica bastante nebuloso além de chover. Quero voltar outra vez no verão e conhecer outras montanhas como WanaPicchu, Machu Picchu e o Portal do Sol. Para isto, o ideal é passar um dia em Águas Calientes

28/02 – Cusco-São Paulo
Último dia da viagem e retorno para São Paulo. Fui conhecer o Mercado São Pedro. No meio do caminho, vi vários baldes com ervas, tubérculos, uma peneira e um copo. As pessoas bebiam isto para refrescarem o corpo internamente e sarar os males do intestino. Todas bebiam do mesmo copo que era mergulhado em outro balde de água. O nome disso era Mate Cemoliente. A maioria das crianças no mercado estavam comendo batata com ovo de manhã cedo. Na feira tinha de tudo. Até sapo vivo e dessecado que também se mexia! Fiquei tão assustada que resolvi tirar uma foto, mas a mulher não me deixou. Comprei bala de Coca. Folha de Coca a granel, pó de Maca, Goma Branca e tempero local. Depois, parei no La Chomba, restaurante típico para experimentar a bebida fermentada de milho Chichu de Jora e retorno para o Hotel.

A viagem foi incrível, cheia de cultura. Fui sem expectativa e impressionada com cada vista nova que encontrava – as cidades são muito diferentes uma das outras, temperatura, clima, vegetação. É um país interessantíssimo e recomendo para qualquer um.

Para quem quiser ver as fotos, estão disponíveis no Picasa.