terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Australia... é para lá que eu vou!

Um sonho está prestes a se tornar realidade. Quem me conhece sabe que há muito tempo tenho vontade de morar na Australia... E só porque comecei a arrumar a mala parece que o mundo inteiro resolveu se mudar para a Australia e todos os amigo de amigos. E de repente me vejo rodeada por uma comunidade brasileira australiana que conheço pouco ou (ainda) nada. E quando percebo parece que o Brasil está dentro da Australia! E também vejo Australia em tudo quanto é lugar: jornal, revista, amigos, na dança, fotos e até no meu inconsciente demostrado noturnamente. E..., e..., não há mais como fugir!

Tudo bem que no meio da minha jornada já dei um passo inicial que é morar em SP. Fui muito bem recebida e esta cidade me proporcionou experiências incríveis. Mas (considerando minha alma cigana) 10 anos se passaram e agora quero um pouquinho mais longe, tipo do outro lado da bola, sabe... a Australia. O momento não poderia ser melhor. Depois de trabalhar com publicidade por quinze anos e desejar imensamente o tal do “ano sabático” passou a ser a meta. Sabe... é a primeira vez que mudo o foco que era voltado para o lado profissional. Minhas férias, meu tempo, meu lazer e meu salário eram destinados a cursos, leituras, papers, provas, certificados, viagens, congressos... Mas quando percebi, os desejos de minha alma estavam de escanteio. Isso não quer dizer que não estou tentando encontrar algo na minha área quando estiver lá, mas este não será meu foco neste ano e não vou me importar se tiver que por um tempo ser cleaner, nana ou até mesmo tocar flauta no parque! Afinal tudo isso é experiência de vida e ninguém é melhor do que ninguém só porque recebeu um cargo de gerente ou auxiliar. E na verdade todo mundo é gerente de alguma coisa e auxiliar em outra e todos tem algo a aprender e a ensinar nessa vida. Inclusive euzinha!

Quando as pessoas me perguntam o que vou fazer lá até digo que é para estudar, e até irei me dedicar (como manda o figurino). Mas a verdade mesmo é que quero tirar um ano inteirinho para fazer o que nunca fiz e experimentar o que nunca experimentei, desde coisas, sabores, cheiros, cultura, cores... Este ano que passou já fiz muitas coisas novas e que tornaram tão parte de minha vida que já não viveria sem. Digamos que na fase cíclica da “vida montanha-russa”, me sinto no ápice, quando tudo parece que se encaixa: saúde, estabilidade e agora o tempo, que é algo que preciso perseguir, pois quando menos percebo, foi me roubado ou deixei levar.

Mas antes da Australia tem a fase do desligamento (coisa difícil, viu?). Não imaginava que decidir o destino de cada coisa (aqui falo de coisas físicas como casa, carro, planta, coleções, papéis, roupas, sapatos, fotos, cremes, shampoos, esmaltes, até a minhoca de estimação, etc) e cortar as raízes que crescem por toda a nossa vida seria uma tarefa fácil. Tenho certeza que nada disso irá importar daqui a pouquíssimo tempo e é provável que tenha esquecido praticamente tudo o que deixei para trás e fique apenas com a saudade louca da família e das pessoas, que é o que de mais valioso construímos neste mundo. Mas tenho certeza que também construirei relacionamentos por toda a vida por onde quer que eu passar e isso me consola. E o meu lar está dentro de mim e não em um espaço físico.

Estou tentando praticar (pelo menos só um pouquinho) “menos é mais”. Li uma matéria na Go Out Side de um casal que largou tudo e começou a viajar pelo mundo com apenas suas duas bicicletas, dois cachorros e o que pudesse ser carregado neste pequeno equipamento de locomoção. Isto sim é viver o desapego da forma mais intensa e ainda se doar para dois animais de estimação, pois o cachorro maior é bem preguiçoso pelo que entendi. Desapegar-me nunca foi fácil pra mim. Se eu tenho mais uma gaveta disponível é lógico que ela será preenchida num curto espaço de tempo. Aqui nem a questão da filantropia funciona pois eu até dôo mas consigo encontrar mais duas coisas pra colocar no lugar e assim progressivamente. Por isso mudanças são até benéficas para me libertar das coisas e me apegar ao que realmente é importante.

E se me perguntarem o que terá depois do ano sabático? Quem souber me conta pois eu realmente não consigo nem imaginar qual será a próxima aventura. Então (primeira expressão paulista identificada quando cheguei por aqui), até amanhã para alguns e até breve para outros! E o futuro, só a Deus pertence!

Obs.: dedico este post ao meu pai e minha mãe que me fizeram ser quem eu sou hoje com essa vontade louca de viver, aos meus amigos brasileiros que escreveram comigo minha história até aqui e aos futuros amigos que encontrarei pela vida e com os quais escreverei os próximos capítulos.