sábado, 9 de maio de 2009

Viagem a Manaus - 01 a 03/05/09


A vontade de conhecer Manaus já vinha desde que meus pais foram para lá, quando eu tinha 9 apenas anos. Acho que por ter sido um desejo reprimido de quem pediu para viajar e ouviu que só poderia ir quando tivesse o próprio dinheiro, assistia aos vídeos diversas vezes, revia as fotos, e pensava no dia que iria conhecer. O tempo passou, e o dia chegou!
Eu e Diego saímos de Campinas às 21h40. Chegamos em Manaus 01h40, ou melhor, 00h40 por causa do fuso. Primeira vez que viajamos pela Azul e felizes pela super promoção. Tivemos que usar máscaras por causa da gripe suína. No aeroporto, o Itamar e a Érica nos encontraram e ficamos na casa do Itamar. Ele nos recebeu com um bolo delicioso de chocolate com cobertura.
No dia seguinte, a primeira aventura. Fomos para a Praia da Ponta Negra, de água doce, onde fica o Hotel Tropical, chiquérrimo. Na praia da ala do “povão”, vários carros parados, pessoas tomando banho. O rio estava muito cheio (maior cheia dos últimos 50 anos). Triste é ver um cara jogando a lata de cerveja no rio. Passeamos pela praia, hotel, encontramos a árvore do colorau (semente de Urucum) e descobri que é tinta mesmo!
Depois, um passeio no centro. Bodes, perus, galinhas na rua. Muitas bananas, de tudo quanto é tamanho. Uma volta na feira, com direito a ver o real tamanho do peixe Pirarucu, enorme! Camarões desidratados, frutas diferentes, ingá, chás. Paramos no Teatro Amazonas, Tribunal da Justiça, Largo São Sebastião. Um pulo no Porto Ceasea, andar na voadeira e atravessar o rio no encontro do Rio Negro e Solimões. No barco, a vista era incrível. Árvores embaixo da água e de tudo quanto é tipo e tonalidade de cores do matiz verde. A vista, incrível. Se não me dissessem que fosse um rio, passava por mar fácil de tão grande a dimensão e largura. Não é para menos que 1/5 da água do mundo está nesta bacia.
No outro lado, a vila “Careiro da Várzea”, onde almoçamos no Sr. Geilson Silva, simpático e atencioso. Comida gostosa, tudo limpinho e tudo muito simples com a cara da Amazônia. Lá, experimentamos 3 tipos de peixe: Jaraqui (espinhoso, ideal ser comido frito), Tambaqui (saboroso e muito gorduroso) e o Pirarucu (o peixe da feira e com carne tenra). Como acompanhamento, baião de 2, farinha regional. O suco, maravilhoso de Cupuaçu, disparado o melhor suco que já tomei. De sobremesa, o queijo com doce de leite de coalhada feito pelo próprio Sr. Geilson.
Este restaurante era em uma pousadinha, em cima do rio. É muito interessante imaginar a vida das pessoas naquele lugar. Muitas casas acima do rio escorriam água que caia diretamente no rio. Provavelmente alguém estava tomando banho. Crianças pulavam de suas casas direto para o rio. Pescadores saíam pra pescar da porta de suas casas. Eram restaurantes, igrejinhas, bares, tudo sobre o rio. Menos o pato, que ficava preso em um pedacinho de cerca. Roupas lavadas e muito bem cheirosas penduradas em cercas e árvores. vitória-régia também não podia faltar. Encontramos nesta vila até o “homem fogo”, com o cabelo pintado literalmente de laranja e amarelo!
A noite, um passeio pela Orla da Praia da Ponta Negra, vista de noite. Eram shows de rua, rituais indígenas, feirinha, comidas típicas. Uma parada pra comprar bijouterias típicas: um brinco de Tucupi com Jandira e um colar de Mororocó com açaí.
Jantamos no “Canto do Pará”, e experimentamos o famoso Pato no Tucupi e o Tacacá. E como sobremesa, um bombom de Cucuaçú.
No outro dia (02/05), outro programão. Cedinho fomos para o parque Mindú. No caminho, encontramos cotias, e várias árvores lindas. Depois tomamos literalmente um café regional. Experimentamos o pão quente de queijo coalho e tucumã. É parecido com um coquinho, amarelo forte. Não é salgado nem doce e não me peçam pra explicar o gosto disso.
Viajamos para Pres. Figueiredo conhecer as cachoeiras de águas escuras, cor de café aguado, meio avermelhado. Os rios tem pedras no chão com furos, bem diferente do que já vi. E em outros lugares, areia branquinha!
Almoçamos um Tambaqui na brasa e tomamos o refrigerante Baré, o guaraná mais vendido na Amazônia. Paramos para tomar banho na Cachoeira de Iracema, região particular com várias grutas incríveis, tocas com morcegos e várias cachoeiras. Neste momento tinha chovido e estava bem frio. Mas mesmo assim entramos na cachoeira, embaixo e muita água, chuva e dos respingos. A pressão do rio era fortíssima e não dava pra ficar de qualquer jeito, senão o rio levava. Tentamos ir na cachoeira da Arara, mas a trilha estava coberta com a água, impossibilitando a passagem. Na volta, paramos na Corredeira do Urubuí pra tomar o café da Priscila e comer tapioca. Chegamos mortos e fomos dormir bem cedo, 21h, pois no outro dia, iríamos para um dos dias mais inesquecíveis da minha vida.
Acordamos 06h e atravessamos a balsa em Cacau Pirura. A Érica teve a incrível idéia de parar e perguntar para os moradores da Comunidade Ariaú se alguém faria o passeio para o Hotel Ariaú, tribo indígena,
etc. Foi quando um pescador aceitou, mas disse que seu filho faria o passeio, o Ramiros de 12 anos!!! Quando vi a canoa, outro susto! Agora é tarde para desistir. A excitação era maior! Quando entramos no barco, ele balançava muito, e olha que sou filha de velejador! Estava morrendo de medo da instabilidade que sentia. Mas a vista neutralizava tudo isso. Indescritíveis as árvores e seus tamanhos, no rio Ariaú. Paramos na tribo indígena e conhecemos a farmácia, onde são fabricados os remédios, cremes, perfumes e especiarias. Os indiozinhos se apresentaram com seus nomes indígenas e depois traduzidos. Dançaram para nós. Literalmente um programa para turista. Na saída, precisamos deixar um dinheirinho e comprar umas peças. Quando voltamos para o rio, em um trecho encontramos muita dificuldade. A nossa frente, um emaranhado de mato cobrindo todo o rio. O motor da canoa morreu pois o mato engatou e nessa hora fiquei com muito medo. Já pensou cair neste rio? E as cobras, piranhas??? Não poderia imaginar o que seria de nós. Foi quando o Ramiros disse “segure forte que lá vamos nós”. Ele conseguiu se desprender destas plantas e o susto passou bem depois.
Paramos para nadar com os botos, em um espaço do rio Ariaú. Logo que pulei na água, senti um monte de coisas passando embaixo dos meus pés, pernas, foi quando me dei conta que já eram os botos! Ria incontrolavelmente de medo e entusiasmo ao mesmo tempo! Que cena tudo isso! Tinha até boto bebê! E eles são rosas mesmo!
Continuamos o passeio para o Hotel de Selva Ariaú. Mas o trajeto foi o largo Rio Negro. Estávamos quase sem gasolina, mas a Érica de um jeito com o gerente do hotel. Quantos macacos haviam lá! E atrevidos! Pulavam no Diego pra roubar a comida!!! Todos interesseiros. Almoçamos com uma vista incrível e depois, prosseguimos nossa viajem de retorno no meio da Selva e do Hotel. Na volta, o por do sol da Amazônia.
Tudo o que eu escrever aqui será pouco pra descrever tamanha grandeza, imensidão, profundidade e perfeição que é esta natureza incrível que Deus criou. Não dá para enxergar tudo isso e duvidar do poder de Deus e de sua criação. Agradeço muito a Ele por este presente e por ter conhecido amigos tão especiais, como a Érica e o Itamar. Amorosos, atenciosos, cuidadosos, e que nos prepararam este momento e nos possibilitaram conhecer tantas coisas em tão pouco tempo, e com baixíssimo custo (esta parte a Érica é a grande responsável).
Valeu muito!!!