Seis
meses de Austrália e o trabalho físico: aguento algumas horas, não uma vida
inteira.
Six months in Australia and the physical
work: I withstand some hour but not all live.
Meus
planos sempre foram ficar um ano na Austrália e esta semana completei metade do
percurso traçado. Sim, já se passaram seis meses e chego à conclusão que este
tempo não é nada para emergir uma nova cultura e língua. E o quanto é árduo e
extenuante o trabalho físico (a maioria dos trabalhos disponíveis a
estrangeiros são físicos).
Sonhei
que estava escalando. Quando percebi, me vi agarrada, abraçada e sustentada
apenas pelos meus braços em uma pedra da montanha. Abaixo, o precipício. A
pedra estava suspensa e presa por outras pedras menores ao lado. Abaixo de mim
e dos meus pés, apenas o céu. Fiquei com receio de fazer força e desestabilizar
as pedras muito bem encaixadas e cairmos todos juntos, eu e as pedras. Mas ao
mesmo tempo o meu consolo vinha de que se eu morresse estaria ao lado do Pai.
Mas eu não queria morrer e tentava com todas as forças jogar meus pés para cima,
sem sucesso. Sabia que poderia aguentar por mais algumas horas, não por uma
vida toda. Não naquela posição. Decidi esperar e depois de um tempo, chamei
minha mãe e foi quando eu acordei.
Fazendo
um paralelo com o que estou vivendo aqui, me sinto fisicamente sem forças para
fazer o que estou fazendo. Aqui o meu trabalho é mais físico, no Brasil é mais
mental. Ainda não sei o que é mais árduo e isto daria um novo post (o que fatiga
mais: trabalho mental ou físico?), mas por hora quero falar sobre o meu cansaço
físico. Sinto dores físicas, musculares por todo o meu corpo. Eu não imaginava
o que era trabalhar mais de 8 horas sem sentar, não imaginava o quanto uma
garrafa de água poderia ser tão pesada, não imaginava que sentiria que as minhas
pernas são fracas, pelo menos até hoje. Mas agora me sinto destruída fisicamente.
Desde o dedão dos pés até o meu cabelo.
De
duas uma: ou eu vou adquirir força para sustentar o que hoje eu não consigo ou
eu vou ter que mudar de vida. Por hora eu preciso trabalhar, mas não
conseguirei por muito tempo, apenas por mais algumas horas.
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Six months in Australia and the physical
work: I withstand some hour but not all live.
My plans always to spend one year in
Australia and in this week I’ve already completed six months. This time is
nothing to emerge in a new culture and language. And the same way how strenuous
is the physical work (most of the jobs available to foreigns are physical).
I dreamed I was climbing when I realized
I was only suspended with my arms in a big rock. Below me, there is only the
sky. I was afraid to do any movement that could destabilize the rock and fell down
with all rocks. My solace was that if this happened, at least I’ll be with my
Father. But I didn’t want to die and I was trying with all my strength to put
my feet on the rock, without success. I only know I could withstand for more
some hours, but not one live in that position. I decided to wait and call to my
mom and then I woke up.
If I compare this dream with my current
life, I’m feeling exhausted to do what I’m doing. Here in Australia my job is more
physical. In Brazil is mental. I already don’t know which is more arduous but
at the moment I want to write about my physical fatigue. I’m felling physical
and muscle aches for all my body. I’ve never could imagine how difficult is to
work more than 8 hours without sitting. I’ve never imagine how a bottle of
water could be so heavy. I never could
imagine how weak my legs are. I’m
felling physically destroyed from my toes to my hair.
Or I’ll obtain force to sustain what I can’t
actually support, or I need to change my life. I feel as though I am working
these hours only to survive in my current situation and to get me by but not
really for a long term purpose.